Nova alternativa para o tratamento da dermatite atópica pode chegar ao mercado farmacêutico em um futuro próximo: a Novartis, líder global no setor de medicamentos inovadores e econômicos e de soluções para o cuidado com os olhos, firmou contrato de licença exclusiva com a Galapagos e a MorphoSys para o desenvolvimento do composto biológico MOR106, novo anticorpo monoclonal que poderá tratar a doença.
Segundo notícia divulgada no fim de julho por meio da assessoria de imprensa da Novartis no Brasil, o MOR106 “já mostrou os primeiros sinais positivos de eficácia e segurança em um estudo inicial (1,2,3)”. O texto destaca que achados científicos apontam para a contribuição significativa da interleucina 17C (IL-17C) no desenvolvimento da dermatite atópica e que o MOR106 “é potencialmente o primeiro tratamento anti-IL-17C” para a enfermidade.
De acordo com a Associação de Apoio à Dermatite Atópica (AADA), a “dermatite atópica é uma doença crônica que causa inflamação da pele, levando ao aparecimento de lesões e coceira”, e “afeta, geralmente, indivíduos com história pessoal ou familiar de asma, rinite alérgica ou dermatite atópica” (fonte: aada.org.br/sobre-a-dermatite-atopica/o-que-e/). A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) descreve que ela é “uma doença genética, crônica e que apresenta pele seca, erupções que coçam e crostas” e “um dos tipos mais comuns de alergia cutânea caracterizada por eczema atópico” (fonte: sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/dermatite-atopica).
Dados referenciados pela Novartis indicam que a dermatite atópica afeta cerca de 14% das crianças e 8% dos adultos no mundo (4) e a incidência entre adolescentes chega a 14% no Brasil (5).
A negociação da Novartis com a Galapagos e a MorphoSys foi concluída com transação de 95 milhões de euros para as empresas de biotecnologia, informa a divulgação da companhia à imprensa. A multinacional soma o MOR106 a outros tratamentos com os quais já trabalha para o atendimento a pacientes dermatológicos: o oral ZPL389, também para a dermatite atópica, e dois imunobiológicos, o secuquinumabe, para psoríase, e o omalizumabe, para urticária crônica espontânea (UCE).
FONTES: Novartis; AADA/aada.org.br; SBD/sbd.org.br. Foto: ilustrativa/CanStockPhoto.
Referências:
- Weidinger S, Beck LA, Bieber T, Kabashima K, Irvine AD. Atopic dermatitis. Nat Rev Dis Primers. 2018 Jun 21;4(1):1.
- Guttman-Yassky, Emma and Krueger, James G. IL-17C: A Unique Epithelial Cytokine with Potential for Targeting across the Spectrum of Atopic Dermatitis and Psoriasis. Journal of Investigative Dermatology (2018) 138, 1467e1469.
- Vandeghinste, Nick, Neutralization of IL-17C Reduces Skin Inflammation in Mouse Models of Psoriasis and Atopic Dermatitis, Journal of Investigative Dermatology (2018) 138, 1555e1563.
- Silverberg, Jonathan I., Public Health Burden and Epidemiology of Atopic Dermatitis. Dermatol Clin 35 (2017) 283-289.
- ASBAI. Guia Prático para o Manejo da Dermatite Atópica — Opinião conjunta de especialistas em alergologia da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e da Sociedade Brasileira de Pediatria. Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol296/art_6_06_guia_pratico.pdf. Acesso em: 19/7/2018.